Dia 26 de Agosto, a nova Estrela do Forró DANILO PERNAMBUCANO, se apresentou em Cedro – PE, a Terra do Milho, onde recebeu o Certificado da Escola Municipal Castro Alves, o título de “A NOVA ESTRELA DO FORRÓ”, em reconhecimento as contribuições a Cultura Nordestina.
Maurílio Sampaio entregando o certificado
Sanfoneiro Fábio Carneirinho
Rubem Véras (Pai) e o Poeta Pedro Bandeira
Agradecendo e recitando o Poema em homenagem ao Cedro (considerada a Terra do Milho).
Poema: O Plantador de Milho - Daudhete Bandeira.
O Plantador de Milho Sou eu caboclo da roça Criado dentro da mata Nunca calcei um sapato Nunca usei uma gravata Moro perto da cidade Mas pra falar a verdade Só vou lá de feira em feira Ou quando há precisão De batizar um pagão Ou buscar uma parteira No dia que registrei O meu filhinho mais novo O juiz estava nervoso Brigando no meio do povo Me chamou de maltrapilho Sujo, plantador de milho E disse mais uma piada Dessas que a boca não cabe: Matuto pobre só sabe Fazer menino e mais nada. O juiz não tinha filhos Que enfeitassem sua vida Eu conhecia a história E fui direto na "ferida": O senhor está zangado, Tem dez anos de casado E a mulher não tem um filho; A sua comida fina Não contém a vitamina Que há na massa do milho. A minha família é grande Dez filhos e a mulher. Sua família é pequena Mas é porque você quer. A sua mulher lhe embroma Quase todo dia toma Anticoncepcional Lhe vicia em novela Dorme tarde e faz tabela E esquece do "principal". | Ouvi o senhor dizer Que está gastando por mês Mas de dez salários mínimos Só com perfume francês Diz que a vida é uma bomba Que foi não foi leva tromba Com mercadoria falsa Comprar perfume estrangeiro É pra quem possui dinheiro Nos quatro bolsos da calça Caro doutor, lá em casa Ninguém nem conversa em luxo A fora uma simples roupa, O resto é encher o bucho Não acostumei meu povo Exigir sapato novo Para as festas de São João Ao invés de um colar de ouro Compro a rabada de um touro Pra se comer um pirão. Lá ninguém fala em perfume, O que há na minha casa É cheiro de carne assada Pingando em cima da brasa Minha cabocla Maria, Gorda, disposta e sadia, Pra toda vez que eu quiser Botar fogo na geléia Para isso a minha "véia" É mulher, sendo mulher. Como, é galinha caipira E não galeto de granja Ao invés de coca-cola Tomo suco de laranja Com rapadura de mel. E escute aqui, bacharel, Conversa longa me atrasa. Quer ver a mulher Ter filho? Bote um plantador de milho Pra dormir na sua casa. Autor: Daudhete Bandeira |